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Sindicato de Campina Grande propõe 15% de aumento salarial em nova rodada de negociações

Sindicato de Campina Grande propõe 15% de aumento salarial em nova rodada de negociações
Por marcus williford 17 out 2025

Na noite de segunda‑feira, Sindicato dos Comerciários de Campina Grande e Região se sentou com representantes dos empregadores do setor de varejo de Campina Grande para dar o pontapé inicial nas negociações da convenção coletiva 2025/2026Campina Grande. O objetivo principal: assegurar os ganhos já conquistados e abrir espaço para novos benefícios, sobretudo um aumento salarial que ainda não foi fechado.

Contexto histórico das negociações

Desde 2021, o sindicato tem mantido um calendário de conversas anuais com os patrões, buscando equilibrar a pressão inflacionária e a sustentabilidade dos pequenos comércios locais. No último ciclo, em 2023/2024, foi garantido o piso de R$ 1.520,00 e a manutenção das cláusulas de segurança e CIPA. Esse histórico cria expectativas altas para a presente rodada, que já começa em clima de tensão.

Detalhes da proposta salarial

José Rogério Gonçalves de Moura, presidente do sindicato, apresentou um reajuste real de 15% para todas as categorias – supermercados, farmácias e outros estabelecimentos de varejo. Ele explicou que o número foi calculado para superar a inflação acumulada de 10,8% nos últimos 12 meses, garantindo, assim, ganho real ao trabalhador.

Se a proposta for aceita, o salário mínimo da categoria saltará para R$ 1.753,75, um salto que poderia colocar o piso de Campina Grande acima da média nacional para o segmento de comércio varejista.

Outras demandas em pauta

Além da questão salarial, a mesa de negociação trouxe uma lista de benefícios que o sindicato considera indispensáveis:

  • Vale‑transporte ampliado, com cobertura para viagens noturnas após às 22h;
  • Vale‑alimentação com valor mínimo de R$ 350,00 mensal;
  • Liberação anual de servidores da CIPA para participação em treinamentos ou congressos da categoria;
  • Pagamentos diferenciados para trabalho aos domingos e feriados, com compensação de folga;
  • Licença quinzenal remunerada para todas as trabalhadoras mulheres;
  • Manutenção do terceiro domingo de setembro como Dia do Trabalhador do Comércio.

O sindicato também quer garantir que trabalhadores terceirizados ou contratados via aplicativos tenham direitos equiparados aos dos funcionários regulares, um ponto que tem gerado atritos nas negociações de outros estados do Nordeste.

Reações e posicionamento dos empregadores

Os representantes patronais, que preferiram permanecer anônimos, reconheceram a necessidade de ajustar o salário, mas alertaram para o risco de aumento de custos operacionais em um cenário de queda no consumo local. Segundo o diretor de recursos humanos da Associação dos Empregadores do Varejo de Campina Grande, "um reajuste acima de 12% pode comprometer a margem de lucro de pequenas lojas, que já operam com estoque limitado".

O impasse parece concentrar‑se, portanto, na busca de um meio‑termo que combine o índice proposto pelo sindicato com um plano de apoio — como crédito barato ou parcelamento de encargos — para os estabelecimentos menores.

Próximos passos e datas importantes

A próxima reunião está marcada para terça‑feira, 15 de setembro, com foco exclusivo no segmento de supermercados. O sindicato adotou uma estratégia segmentada, acreditando que conversar separadamente com cada subsector permite ajustes mais finos às realidades de cada grupo.

Além disso, foi acordado que a data‑base da categoria permanecerá em 1º de julho, como já havia sido garantido, e que as cláusulas sociais já vigentes serão mantidas. O calendário indica ainda duas rodadas de conversa nas próximas três semanas, antes da eventual votação em assembleia geral prevista para novembro.

Impacto para a categoria e para a economia local

Se o acordo for fechado nos termos propostos, a elevação do piso salarial pode resultar em aumento do poder de compra dos consumidores de Campina Grande, impulsionando o giro das lojas e gerando um efeito multiplicador nas atividades de serviços auxiliares, como transporte e alimentação.

Por outro lado, o setor pode enfrentar um ajuste de custos que, sem mecanismos de apoio, poderia levar ao fechamento de algumas unidades menores, afetando a oferta de empregos. Economistas da Universidade Federal de Campina Grande já alertam que "um aumento salarial bem estruturado, aliado a políticas de crédito e capacitação, tem maior chance de gerar crescimento sustentável".

Conclusão

O caminho ainda é longo, mas a reunião de segunda‑feira deixou claro que tanto o sindicato quanto os empregadores reconhecem a urgência de fechar um acordo antes do fim do ano fiscal. Enquanto o debate sobre o aumento salarial de 15% segue aberto, as demais demandas – vales, CIPA, trabalho noturno – também ganharam visibilidade, sugerindo que o próximo round de negociações será ainda mais robusto.

Perguntas Frequentes

Como o aumento de 15% afetará o salário mínimo dos comerciários?

O reajuste elevará o piso da categoria de R$ 1.520,00 para R$ 1.753,75, garantindo ganho real acima da inflação e potencialmente tornando o salário médio acima da média nacional do varejo.

Quais benefícios além do salário estão sendo negociados?

Vale‑transporte noturno, vale‑alimentação, licença quinzenal para mulheres, pagamento extra para domingos e feriados, e igualdade de direitos para trabalhadores terceirizados ou de aplicativos.

Qual a posição dos empregadores sobre o aumento proposto?

Os patrões reconhecem a necessidade de reajuste, mas temem que um aumento acima de 12% pressione as margens de lucro, especialmente de pequenos comércios, podendo gerar demissões ou fechamento de lojas.

Quando acontecerá a próxima rodada de negociações?

A segunda reunião está agendada para terça‑feira, 15 de setembro, focada no segmento de supermercados, seguida por outras sessões ao longo das próximas três semanas.

Qual o impacto esperado desse acordo na economia de Campina Grande?

Um piso mais alto poderá aumentar o poder de compra e impulsionar o comércio local, mas exige políticas de apoio para evitar que custos adicionais levem ao fechamento de pequenos estabelecimentos.

Tags: Campina Grande José Rogério Gonçalves de Moura sindicato aumento salarial varejo
  • outubro 17, 2025
  • marcus williford
  • 10 Comentários
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RESPOSTAS

Flávia Teixeira
  • Flávia Teixeira
  • outubro 17, 2025 AT 21:44

Vamos acreditar que esse aumento de 15% traga mais dignidade pra gente! 💪🏽 Cada ponto a mais = mais poder de compra, e a gente merece! 🚀

Jémima PRUDENT-ARNAUD
  • Jémima PRUDENT-ARNAUD
  • outubro 17, 2025 AT 22:40

É evidente que a lógica econômica obriga os patrões a reconhecerem o valor intrínseco do trabalhador, pois o salário é a medida da justiça social e não mera conveniência capitalista; qualquer resistência é apenas um véu de ilusão que encobre a inevitabilidade da equidade; portanto, a proposta de 15% não é negociável, mas sim o imperativo moral que sustenta a própria coerência da sociedade.

Gabriela Lima
  • Gabriela Lima
  • outubro 18, 2025 AT 00:03

Ao analisar o contexto histórico das negociações coletivas percebe‑se que o movimento sindical de Campina Grande tem desempenhado papel fundamental na consolidação de direitos trabalhistas. Essa trajetória reflete‑se na própria estrutura da convenção coletiva que agora se discute. Ela incorpora cláusulas de proteção que vão além da mera remuneração. Tal fato reforça a necessidade de um reajuste salarial condizente com a inflação acumulada. O aumento proposto garantiria ganho real do poder aquisitivo dos trabalhadores. Dado o cenário macroeconômico nacional, é imprescindível considerar o impacto multiplicador de um piso salarial superior. Uma elevação do piso estimula o consumo interno. Fortalece a cadeia de produção local. Reduz a vulnerabilidade dos pequenos comerciantes frente à concorrência desleal. Estudos de economistas apontam que ajustes salariais acima da inflação são viáveis e recomendáveis. Isso mantém a motivação da força de trabalho. Evita‑se o risco de descontentamento que pode se traduzir em greves. Greves geram perdas substanciais ao Produto Interno Bruto municipal. O sucesso da negociação dependerá da capacidade das partes em transcender interesses imediatos em favor de um desenvolvimento econômico mais justo e duradouro. Portanto, cabe ao sindicato liderar esse processo com transparência e firmeza.

Elida Chagas
  • Elida Chagas
  • outubro 18, 2025 AT 01:26

É realmente comovente observar como alguns setores ainda ousam sugerir que um aumento de 15% poderia comprometer a “margem de lucro”, como se a prosperidade nacional dependesse exclusivamente de pequenos comerciantes; certamente, em território brasileiro, a verdadeira força econômica está nas mãos daqueles que lutam por justiça, não nas pretensões mesquinhas de quem ignora a dignidade humana.

elias mello
  • elias mello
  • outubro 18, 2025 AT 02:50

Concordo contigo Flávia, vamo que vamo! 😊 Cada aumento ajuda a gente a respirar melhor, e ainda dá aquele empurrãozinho na moral da galera. Bora torcer pra que os patrões percebam que o salário justo faz todo mundo feliz! 🙌

Camila Gomes
  • Camila Gomes
  • outubro 18, 2025 AT 04:13

Olha, Jémima, eu entendo o ponto de vista, mas talvez a gente possa buscar um meio‑termo que atenda tanto aos trabalhadores quanto aos pequenos lojistas, tipo um plano de crédito barato pra compensar os custos. Assim todo mundo sai ganhando, né?
Desculpa se escreveu errado, tô meio cansada.

Consuela Pardini
  • Consuela Pardini
  • outubro 18, 2025 AT 05:36

Ah, claro, porque crédito barato resolve tudo, né? Uma solução tão simples que chega a ser quase cômica, mas quem sou eu pra dizer que o problema não é tão preto e branco. Só falta alguém abrir a carteira e fazer acontecer.

Paulo Ricardo
  • Paulo Ricardo
  • outubro 18, 2025 AT 07:00

Isso tudo é papo furado.

Ramon da Silva
  • Ramon da Silva
  • outubro 18, 2025 AT 08:23

Entendo seu ceticismo, Paulo, porém vale lembrar que o aumento proposto pode gerar um efeito positivo na economia local se acompanhado de políticas de apoio, como linhas de crédito acessíveis e capacitação para os pequenos empresários.

Isa Santos
  • Isa Santos
  • outubro 18, 2025 AT 09:46

Ao refletir sobre a natureza do trabalho e seu vínculo com a dignidade humana, percebemos que a remuneração não é apenas um número, mas sim uma expressão concreta da valorização social do esforço individual; assim, a discussão sobre o reajuste salarial transcende cifras e nos leva a ponderar sobre o equilíbrio entre justiça distributiva e sustentabilidade econômica.

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