Se você já ouviu falar de Bumba Meu Boi, provavelmente pensa em dança, música e aquele boi colorido que vive nas ruas. Mas a festa vai muito além de só isso. Ela carrega história, religião e muita criatividade do povo. Vamos entender como tudo começou, quem são os personagens e como a celebração acontece hoje.
O Bumba Meu Boi nasceu no Nordeste, principalmente em Pernambuco, Maranhão e Pará. A história mais contada fala de um boi que morre ao ser ferido e, depois, volta à vida com a ajuda de curandeiros e rezas. Essa trama mistura crenças indígenas, africanas e europeias, mostrando como a cultura foi se formando ao longo dos séculos.
O nome “Bumba” vem do som da batida do tambor, que marca o ritmo da festa. Já “Meu Boi” lembra a ligação afetiva que as pessoas têm com o animal, que representa força e prosperidade. Cada região acrescenta seu tempero: no Maranhão, por exemplo, o boi costuma ser formado por várias pessoas que carregam a estrutura nas costas; no Pará, o boneco pode ser menor e as cantorias são diferentes.
Hoje o Bumba Meu Boi ocupa as ruas de cidades e vilarejos durante junho, julho ou agosto, dependendo da tradição local. O ponto de partida costuma ser a montagem do “bailado”, onde músicos e cantores entram em cena. Os instrumentos são típicos: zabumba, ganzá, triângulo e o famoso “pandeiro de couro”. A batida é contagiante e faz todo mundo bater o pé.
Os personagens são fáceis de reconhecer: o boi, o pajé (ou curandeiro), a mãe do boi, o capoeirista, o caboclo e a caboclinha, além de um grupo de “pedreiros” que carregam o boi nas costas. Cada um tem um figurino colorido, cheio de paetês, penas e lantejoulas. O público participa cantando, pulando e, às vezes, até entrando no meio da roda.
Uma parte importante da festa é a comida. Enquanto o povo assiste ao espetáculo, as barracas vendem comidas típicas como arroz de leite, feijão verde, carne de sol e doces de leite. Esse momento de confraternização deixa a galera ainda mais ligada à tradição.
Se você quiser assistir a um Bumba Meu Boi de verdade, procure pelos calendários de festas nos municípios do Nordeste. Muitas cidades organizam blocos que saem pelas ruas à tarde e terminam à noite, com luzes e fogos de artifício. Vale chegar cedo, porque a gente costuma achar um bom lugar perto do palco, colocar a cadeira e curtir a festa até o final.
Para quem tem curiosidade de montar um Bumba Meu Boi em casa ou na comunidade, o passo a passo começa pela escolha do boi – pode ser de papelão, madeira ou tecido – e a confecção dos trajes. Depois, é só reunir músicos, praticar as cantorias e ensaiar a coreografia. O mais importante é manter o espírito de alegria e união que sempre esteve no coração da festa.
Em resumo, o Bumba Meu Boi é mais que uma festa de boi de pano. É uma celebração da identidade brasileira, um jeito de contar história e manter vivas as raízes de quem participa. Se você ainda não viu, vale a pena marcar na agenda e viver esse momento de música, dança e cultura de perto.
O Bumba Meu Boi de Vila Pesqueira em Ilhéus, Bahia, resiste por três gerações. Destaque na novela 'Renascer', a tradição envolve dança, música e histórias sobre vida, morte e ressurreição. Preservada pela comunidade, essa prática mantém a identidade cultural e a memória coletiva.
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