Quando alguém fala em folclore, a primeira imagem que aparece costuma ser a do Saci de uma perna só, do Curupira de pés ao contrário ou da Mula sem cabeça correndo pela madrugada. Esses personagens não são apenas histórias para assustar crianças; são parte da identidade cultural do Brasil, transmitidos de geração em geração nas praças, nas casas e nos cantos da internet.
O folclore nasce da mistura de influências indígenas, africanas e europeias. Cada região do país tem seu próprio repertório de lendas, cantos e crenças, o que cria um mosaico rico e diverso. Por exemplo, no Norte a Amazonas abriga o Boto-cor-de-rosa, que se transforma em um belo rapaz para seduzir mulheres à noite. No Nordeste, a Loira do Banheiro aparece nos corredores de escolas e prédios antigos, assustando quem depara com seu reflexo no espelho.
A transmissão oral é o coração do folclore. Antes da imprensa, as histórias eram contadas à beira do fogo, nos rodeios e nas festas de São João. Essa forma de passar o conhecimento garante que as lendas evoluam conforme o tempo, incorporando novos medos e valores. Hoje, a internet funciona como um grande fogão comunitário: vídeos, podcasts e redes sociais espalham contos de caiapó, lobisomem e coveiro para todo o país em segundos.
Se você quer mergulhar nesse universo, basta procurar por coleções de contos populares em bibliotecas ou acessar projetos digitais de preservação cultural. Muitas escolas também incluem o folclore no currículo, incentivando os alunos a criar suas próprias versões das histórias. Essa participação ativa fortalece o vínculo entre passado e presente, mantendo viva a memória coletiva.
Alguns personagens se tornaram ícones nacionais. O Saci, com seu cachimbo e gorro vermelho, representa a astúcia e o jeito travesso do povo. O Curupira, protetor das florestas, tem os pés ao contrário para despistar caçadores, simbolizando a importância da preservação ambiental. A Iara, sereia dos rios, mistura sedução e perigo, lembrando que a natureza guarda segredos profundos.
Além desses, há figuras menos conhecidas, mas igualmente fascinantes: o Caboclo d'Água, guardião das nascentes; a Mulher de Branco, que avisa sobre traições; e o Negrinho do Pastoreio, que protege os animais. Cada um traz lições sobre moral, justiça ou simplesmente sobre o respeito ao desconhecido.
Se você ainda não explorou o folclore brasileiro, comece por ouvir um conto de avó, ler um livro de Monteiro Lobato ou assistir a um curta-metragem sobre o boitatá. São pequenas ações que permitem sentir a vibração dos mitos que atravessam séculos. E lembre-se: o folclore não vive só nos livros, ele vive nas conversas de fim de tarde, nos sussurros de vento nas matas e, claro, nas curiosas manchetes que surgem nos sites de notícias, como as que você acompanha no Notícias Diárias Brasil. Aproveite e descubra o quanto nossa cultura é rica e cheia de histórias que ainda têm muito a ensinar.
O programa 'Viva Maria' da Rádio EBC comemora o Dia do Folclore, destacando a rica tapeçaria do folclore brasileiro com histórias, lendas e tradições que são parte integrante da identidade do país. A celebração inclui uma transmissão especial, entrevistas com especialistas e narradores, além de performances de música e dança tradicional.
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