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A Fazenda 17: Record TV diz que MDS é parceiro comercial, não patrocinador

A Fazenda 17: Record TV diz que MDS é parceiro comercial, não patrocinador
Por marcus williford 16 set 2025

Patrocínio do governo em reality show? Não desta vez. Depois de horas de especulação e manchetes que inflamaram as redes, a Record TV saiu a público para dizer que o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) não é patrocinador de A Fazenda 17. Segundo a emissora, o órgão federal figura como “parceiro comercial” — uma classificação que, no mercado publicitário, tem peso e formato diferentes da cota de patrocínio tradicional.

A correção mira um ponto sensível: a presença de um ministério responsável por políticas sociais no mesmo pacote de marcas privadas como casas de aposta e alimentos gerou estranheza imediata. Portais noticiaram o MDS como anunciante da temporada, e a reação foi instantânea. A Record, então, cravou a distinção para afastar a ideia de que o governo estaria assinando as ações principais ou dividindo holofotes com os patrocinadores premium do reality apresentado por Adriane Galisteu.

O que muda quando é parceria e não patrocínio

No padrão da TV aberta, patrocínio é a cota de maior visibilidade: inclui exposição proeminente na abertura e nos breaks principais, ações dentro do conteúdo, provas batizadas pela marca, espaços de cenografia e exclusividades setoriais. É o topo da prateleira. Parceria comercial, em geral, envolve compra de mídia e ativações pontuais sob formatos institucionais, com presença mais discreta e sem o pacote de autoria de provas e ambientes.

Foi nesse ponto que a Record insistiu: o MDS não integra o grupo de patrocinadores do programa. A emissora não detalhou formatos, mas, no universo das campanhas institucionais, é comum a veiculação de mensagens de serviço público (informação sobre programas e benefícios) em janelas de grande audiência, sem interferência editorial na dinâmica do reality. Há regras para isso: campanhas de órgãos federais precisam ter caráter informativo e seguir critérios técnicos de veiculação. A classificação como parceria ajuda a marcar essa fronteira e reduzir o ruído sobre conflito de interesses.

A polêmica expôs outra questão: a mistura entre entretenimento e comunicação pública. Realities concentrados em horário nobre entregam alcance difícil de replicar em outros formatos, o que explica a procura por espaços comerciais. O desafio é calibrar transparência e forma. Ao tirar o MDS da vitrine de patrocínio e colocá-lo como parceiro, a Record tenta enquadrar a presença do órgão como ação institucional de mídia, e não como “marca dona” de quadros, provas ou quartos temáticos.

Quem paga a conta nesta temporada

Quem paga a conta nesta temporada

A lista oficial da Record para a temporada tem seis marcas. Três são patrocinadores confirmados: Betano (patrocínio máster pelo quarto ano seguido), Aurora (quinta temporada de exposição) e Centrum. Outras três aparecem como parceiras comerciais: PicPay, Sapatinho de Luxo e o MDS.

  • Patrocinadores: Betano (máster), Aurora, Centrum
  • Parceiros comerciais: PicPay, Sapatinho de Luxo, MDS

A Betano amplia presença com ativações nas redes de Adriane Galisteu, além de iniciativas que envolvem o público na definição de experiências — como festas temáticas e desafios escolhidos por votação digital. No cenário, a Aurora ocupa a despensa da casa, e a Betano dá nome a um dos quartos dos peões. Esses movimentos reforçam o que a Record quer sinalizar: quem assina ambientes e batiza provas é quem está na prateleira de patrocínio, não na de parceria.

Em comparação com o ciclo anterior, o pacote encolheu: no ano passado, a atração tinha nove patrocinadores. Agora, são seis marcas no total, somando patrocinadores e parceiros. A emissora não explicou o recuo, mas mantém a estratégia de distribuir entregas entre TV, digital e a exposição orgânica gerada pelas dinâmicas do jogo, que historicamente rende picos de menções e trending topics.

Além do rearranjo comercial, a temporada traz mudanças de jogo. São 26 participantes, com dois infiltrados — um elemento novo anunciado pelo diretor Rodrigo Carelli. O público sabe quem são os infiltrados desde o começo; o elenco, não. Se os peões não descobrirem a tempo, cada infiltrado leva R$ 50 mil. A proposta é criar tensão extra nas primeiras semanas e aumentar a conversa nas redes, onde spoilers e teorias costumam guiar a audiência para os episódios diários.

Na grade, o programa vai ao ar de segunda a sábado às 22h30 e aos domingos às 23h. Para quem quiser acompanhar cada respiro da fazenda, há sinal 24 horas via serviço por assinatura RecordPlus. Essa camada de distribuição virou peça-chave para marcas, porque permite desdobrar entregas em cortes curtos, lives e bastidores, alimentando ações de second screen enquanto a TV aberta segura a audiência no horário nobre.

O episódio do MDS deixa uma lição simples: semântica importa. Em TV comercial, o rótulo define a régua de exposição e o tipo de contrapartida. Patrocinador vira parte do roteiro e do cenário; parceiro comercial compra espaço e faz comunicação institucional. Ao deixar isso claro, a Record tenta esfriar uma controvérsia que começou com uma manchete e cresceu na velocidade de um storie.

Para o público, o que muda agora é mais a percepção do que a experiência. As marcas seguem no jogo — algumas dentro da casa, outras nos intervalos e nas redes. E os peões? Esses terão de lidar com uma dinâmica em que a plateia já começa sabendo mais do que eles, o que costuma render bons cortes, brigas na madrugada e, claro, assunto suficiente para lotar a timeline até o próximo dia de roça.

  • setembro 16, 2025
  • marcus williford
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