Pouco depois das 8 horas da manhã, o que deveria ser mais um voo longo da Air India virou uma tragédia sem precedentes. O relatório divulgado pela Agência de Investigação de Acidentes Aeronáuticos (AAIB) esclareceu uma sequência impressionante: menos de três segundos após sair do solo, os dois interruptores de corte de combustível dos motores do Boeing 787-8 Dreamliner foram ativados, com apenas um segundo de diferença entre eles.
Na prática, isso tirou toda a força dos motores enquanto o avião ainda ganhava velocidade, atingindo cerca de 180 nós. Sem a potência, os pilotos nada puderam fazer. O jato perdeu altura rapidamente e, 32 segundos depois de levantar voo, colidiu de frente com um complexo hospitalar em Ahmedabad, na Índia. O choque foi tão brutal que apenas uma pessoa sobreviveu dentre as 261 a bordo. Entre as vítimas estavam 53 britânicos.
As gravações da cabine deixaram claro que os próprios pilotos ficaram perdidos com o que ocorria. Enquanto a aeronave perdia potência, um dos pilotos questionava como o interruptor de corte de combustível tinha sido acionado. O outro negava ter mexido no painel, evidenciando perplexidade diante da emergência. Não houve tempo para tentar religar os motores ou reverter a situação.
Logo, começaram as dúvidas. Falha humana ou problema técnico?
Ou seja: tudo caminha para descartar causas externas e falhas de equipamento. O documento inicial da AAIB não chega a um veredito definitivo, mas o cenário desenhado sugere que algum erro, consciente ou não, no cockpit, interrompeu o fornecimento de combustível nos dois motores quase ao mesmo tempo.
Boeing e Air India afirmaram que estão colaborando integralmente com os investigadores. Para muitas famílias que perderam entes queridos e para toda a indústria da aviação, existe uma urgência em entender por que dois pilotos experientes poderiam, em segundos tão decisivos, acionar o mesmo comando fatal sem sequer perceberem a tempo de reverter o desastre.
As próximas etapas da investigação devem se aprofundar em detalhes sobre o treinamento da tripulação, eventuais problemas de design dos controles da cabine e potenciais falhas eletrônicas remotas. Enquanto as respostas completas não chegam, o acidente do voo 171 já deixa marcas profundas e traz dúvidas sobre os protocolos de segurança a bordo de aviões de última geração.
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