Quando Renato Aragão, aos 90 anos, falou pela primeira vez abertamente sobre os boatos que o ligaram a Xuxa Meneghel por quase quatro décadas, não foi com raiva — foi com a leveza de quem já viveu tudo. Em entrevista ao podcast Inteligência LtdaSão Paulo, conduzida por Rogério Vilela e divulgada entre 27 e 28 de julho de 2025, o icônico Didi Mocó desmontou, com humor e ternura, a lenda que transformou uma amizade profissional em um romance impossível. "Ela sempre foi minha amiga. Minha amiga pra sempre vai ser. Falar [que tivemos um caso] é fácil, comprovar é difícil. Meu caso de amor com a Xuxa é eterno", disse, numa frase que parece paradoxo, mas que, para quem conhece a história, faz todo o sentido.
Como um filme de 1985 virou lenda de amor
Os boatos começaram nos anos 80, quando Xuxa Meneghel, ainda jovem e recém-chegada à televisão, passou a aparecer em cinco filmes da franquia Os Trapalhões. Ela era a Rainha dos Baixinhos, o rosto da alegria infantil; ele, o velho palhaço que fazia o público rir até chorar. A diferença de idade — 27 anos —, o contraste entre o riso de Aragão e o sorriso sereno de Xuxa, e a química nos filmes alimentaram a imaginação do público. Ninguém acreditava que aquela presença constante fosse só profissional. Mas ninguém tinha prova. E aí, o silêncio de ambos virou confissão — ou pelo menos, isso o público imaginou."É uma grande mentira", diz o velho trapalhão
Aragão não apenas negou. Ele fez questão de dizer que o rumor era "uma grande mentira". E não foi uma resposta seca. Foi uma declaração carregada de memória. "Ela é muito querida por nós, por todo mundo", acrescentou, em tom quase paternal. O que muitos não lembram é que, na época, Xuxa era quase uma filha da família Trapalhões. Entrava nos bastidores, brincava com o Dedé, participava das gravações como se fosse da família. E Aragão, sempre o mais esperto do grupo, sabia exatamente como manter os limites — mesmo quando o público queria quebrá-los.A mulher que "controla tudo" — menos os passos dele
Mas a entrevista não girou só em torno de Xuxa. Aragão também falou, com o mesmo jeito de quem conta uma piada que só ele entende, sobre sua esposa, Lílian Taranto. "É verdade, controla tudo. Só não controla os meus passos porque ela tem outro passo para andar, se não ia junto também", brincou. A declaração foi corroborada por Lílian, que, em tom de quem não se importa com o escárnio, disse: "Sempre fui uma líder, desde criança. Eu sou leonina, gosto de mandar". A alusão ao signo Leo não foi casual. Ela é, de fato, a força que mantém o equilíbrio da vida dele nos últimos anos — desde os cuidados médicos até a agenda de aparições. E ele, com 90 anos, ainda se diverte com isso.Por que isso importa agora?
A importância da declaração não está apenas no fato de ter sido dita. Está no momento. Em 2025, os brasileiros que cresceram com Os Trapalhões estão na casa dos 50 e 60 anos. E Xuxa, mesmo com os anos, ainda é presença constante na TV e nas redes. O mito do romance entre os dois era um pedaço da infância de gerações inteiras. Era a história que todo mundo contava: "Lembra quando o Didi e a Xuxa se beijavam no filme?". Agora, com a palavra final de Aragão, essa lenda se transforma em memória afetiva — e não em fofoca. 
Os números que não mentem
Aragão e Xuxa apareceram juntos em cinco filmes entre 1983 e 1989: Os Trapalhões no Auto da Compadecida, Os Trapalhões e o Rei do Futebol, Os Trapalhões na Terra dos Monstros, Os Trapalhões no Reino da Fantasia e Os Trapalhões e o Mágico de Oróz. Em nenhum deles houve cena de beijo romântico. Nenhum jornal da época registrou qualquer encontro privado. E, nos últimos 30 anos, eles só se encontraram publicamente em homenagens — nunca em entrevistas conjuntas. A ausência de provas, somada à declaração unânime de Aragão, torna o caso encerrado.Qual o legado dessa declaração?
Aragão nunca foi um homem de se explicar. Mas, nesse caso, ele escolheu falar — não para desmentir, mas para proteger. Proteger a imagem de Xuxa, que sempre tratou como uma filha. Proteger a memória de uma parceria que, embora não romântica, foi fundamental para a história da TV brasileira. E, acima de tudo, proteger sua própria vida, que agora vive sob o cuidado de Lílian, e que ainda tem espaço para um bom riso.Frequently Asked Questions
Por que os boatos sobre Renato Aragão e Xuxa duraram tanto?
Os boatos persistiram porque Xuxa apareceu em cinco filmes dos Trapalhões nos anos 80, sempre com química e proximidade física no cinema. A diferença de idade, o contraste entre o humor de Aragão e a doçura de Xuxa, e o fato de ambos serem ícones nacionais alimentaram a imaginação do público. Como ninguém confirmava nem negava oficialmente, a especulação virou lenda cultural.
O que Aragão quis dizer com "Meu caso de amor com a Xuxa é eterno"?
Ele não estava falando de romance, mas de afeto profundo. O termo "caso de amor" foi usado como metáfora poética para descrever o vínculo de amizade duradoura, respeito e carinho que mantém por Xuxa desde os tempos de Os Trapalhões. É uma forma de dizer que, mesmo sem serem amantes, ela ocupa um lugar único e imutável em sua vida.
Lílian Taranto realmente controla tudo na vida de Renato Aragão?
Sim, e Aragão admite isso com humor. Lílian, sua esposa desde 1970, gerencia sua agenda, cuida da saúde e dos negócios, e é sua principal referência desde que ele reduziu as atividades públicas. Ela mesma se define como "leonina" — ou seja, naturalmente líder. Ele brinca que ela não controla seus passos porque, se controlasse, iria junto. É um jeito carinhoso de dizer que ela é essencial.
Xuxa já respondeu à declaração de Aragão?
Até a publicação desta matéria, Xuxa Meneghel não fez nenhum comentário público sobre as declarações de Aragão. Mas, em entrevistas anteriores, ela sempre evitou comentar o assunto, dizendo apenas que respeita e admira muito o trabalho dele. A ausência de resposta não é silêncio — é respeito. Ela sabe que o que importa é a amizade, não o rumor.
Isso encerra de vez os boatos sobre o romance entre eles?
Com a declaração clara, direta e emocional de Aragão — e a ausência de qualquer contradição por parte de Xuxa —, os boatos perderam base. A mídia brasileira, que por décadas alimentou a especulação, agora tem um testemunho oficial. O que restará será apenas memória afetiva, não fofoca. E, nesse caso, é melhor assim.

 
                            
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