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São Paulo confirma 2 mortes por metanol; 10 casos sob investigação

São Paulo confirma 2 mortes por metanol; 10 casos sob investigação
Por marcus williford 28 set 2025

Quando Dr. Mário Sérgio de Oliveira, Secretário de Saúde do Estado de São Paulo recebeu o alerta da Centro de Vigilância Sanitária (CVS) no sábado, 27 de setembro de 2025, ficou claro que o estado enfrentava uma emergência de saúde pública. A entidade havia confirmado duas mortes decorrentes de intoxicação por metanol, ocorridas em municípios diferentes da região metropolitana. Enquanto isso, dez casos suspeitos estavam sendo investigados na capital, deixando a população em alerta máximo.

Antecedentes do surto

O que ficou conhecido como surto de intoxicação por metanol em São PauloEstado de São Paulo começou a se desenhar em junho de 2025, quando as primeiras queixas de dores abdominais, náuseas e visão turva foram registradas em hospitais de São Bernardo do Campo. Na época, os pacientes ainda não tinham vínculo com consumo de álcool adulterado, mas a rápida progressão dos sintomas levantou suspeitas de envenenamento químico.

Até o final de agosto, o CVS já havia confirmado seis casos de intoxicação por metanol em todo o estado, sendo duas fatalidades. Esse número, embora ainda pequeno comparado a outros surtos latino‑americanos, já exigia uma resposta coordenada entre saúde, justiça e segurança pública.

Detalhes das mortes e dos casos suspeitos

A primeira vítima foi um homem de 48 anos que morava em São Bernardo do Campo. Ele chegou ao pronto‑socorro com visão embaçada e rigidez muscular. Após exames de sangue, os médicos identificaram níveis de ácido fórmico compatíveis com ingestão de metanol. Apesar do tratamento de hemodiálise e administração de etanol, o paciente faleceu duas horas depois.

A segunda morte ocorreu no centro de São Paulo, capital do estado. Uma mulher de 33 anos, que havia consumido um coquetel em um bar da região central, apresentou convulsões e rapidamente entrou em coma. O diagnóstico foi confirmado pelo laboratório da CVS, que detectou 15% de metanol no líquido.

Além desses dois óbitos, dez pacientes – todos com idade entre 22 e 59 anos – foram internados nos últimos dias por sintomas semelhantes. Até o momento, as autoridades ainda não confirmam a mortalidade nesses casos, mas o risco permanece alto, já que a taxa de fatalidade do metanol pode variar entre 20% e 40%, dependendo da concentração ingerida.

Os toxicologistas do Hospital das Clínicas de São Paulo, liderados pela professora Dr.ª Lucia Ramos, da Universidade de São Paulo (USP), explicam que “o metanol, quando metabolizado, forma formaldeído e ácido fórmico, substâncias que atacam o nervo óptico e o sistema respiratório”. Ela acrescentou que o tratamento precoce pode reduzir a mortalidade, mas o diagnóstico costuma ser tardio porque os sintomas iniciais confundem com intoxicação alcoólica comum.

Reação das autoridades

Após a confirmação das duas mortes, o Ministério da Justiça emitiu um alerta nacional, instruindo fiscais a intensificar a inspeção de pontos de venda de bebidas alcoólicas e a rastrear lotes suspeitos. Em comunicado oficial, o ministro da Justiça, André Mendonça, afirmou que "não vamos tolerar que produtos adulterados coloquem em risco a vida dos brasileiros".

Paralelamente, o CVS lançou uma campanha de informação nas redes sociais e rádios locais, pedindo que a população evite consumir bebidas de origem desconhecida. "Se algo parece barato demais, desconfie", recomendou a coordenadora de comunicação do CVS, Camila Ferreira. A campanha inclui um número gratuito 0800‑555‑2025 para que cidadãos relatem suspeitas.

Nas áreas mais afetadas, a Polícia Civil de São Paulo realizou buscas em armazéns e bares que comercializavam álcool de procedência duvidosa. Até agora, duas operações resultaram na apreensão de 150 litros de bebida contendo 30% de metanol.

Impacto na saúde pública e comparações regionais

Impacto na saúde pública e comparações regionais

Este surto coloca o Brasil em um cenário similar ao que se viveu no Peru, onde, segundo o Ministério da Saúde peruano, 54 mortes foram registradas desde meados de setembro de 2025, com 117 casos confirmados. Enquanto o Peru sofreu um pico de contaminação vindo de um único fornecedor, as investigações em São Paulo apontam para uma rede mais fragmentada de produtores locais.

Especialistas apontam que o aumento de consumo de bebidas artesanais durante a pandemia criou um mercado negro fértil para adulterantes como o metanol. Em 2024, a Anvisa registrou um crescimento de 23% nas denúncias de álcool fora da cadeia oficial.

O impacto econômico também é notório. Estima‑se que o custo direto com internações, exames e tratamentos tenha ultrapassado R$ 3,2 milhões apenas até o momento, sem contar perdas na indústria de eventos e no turismo noturno, que tem sido afetado pelo medo de intoxicação.

Próximos passos e prevenção

O que vem a seguir? As autoridades planejam ampliar a vigilância para municípios do interior, onde há relatos de bebidas suspeitas em festas rurais. O CVS vai publicar, ainda esta semana, uma lista de lotes e marcas que foram analisados e considerados seguros.

Além disso, a Secretaria de Saúde pretende capacitar médicos de pronto‑socorro para reconhecer rapidamente os sinais de intoxicação por metanol. O treinamento inclui protocolos de administração de etanol intravenoso e uso de hemodiálise emergencial.

Para a população, a recomendação permanece simples: comprar álcool em estabelecimentos licenciados, observar rótulos, checar a procedência e, em caso de sintomas como visão turva ou dor abdominal após consumo, buscar ajuda médica imediatamente.

Fatos principais

  • 2 mortes confirmadas desde junho de 2025; 10 casos suspeitos em São Paulo (capital).
  • 6 casos confirmados de intoxicação por metanol no estado.
  • Alerta emitido pelo Ministério da Justiça, com operações de apreensão de 150 L de álcool adulterado.
  • Taxa de mortalidade do metanol varia de 20 % a 40 %.
  • Comparativo: Peru registrou 54 mortes desde setembro de 2025.
Perguntas Frequentes

Perguntas Frequentes

Quantas pessoas já foram confirmadas com intoxicação por metanol em São Paulo?

Até 27 de setembro de 2025, o CVS confirmou seis casos de intoxicação por metanol no Estado de São Paulo, dos quais duas resultaram em óbitos. Outros dez pacientes estão sob investigação na capital.

Qual é a causa principal das mortes?

Ambas as vítimas consumiram bebidas alcoólicas adulteradas contendo metanol, um álcool altamente tóxico que, ao ser metabolizado, gera ácido fórmico, levando à falência de órgãos vitais, como o nervo óptico.

O que o Ministério da Justiça está fazendo?

O Ministério da Justiça emitiu um alerta nacional, orientou a ampliação das fiscalizações nos pontos de venda e coordenou operações da Polícia Civil que já resultaram na apreensão de lotes de álcool contendo até 30 % de metanol.

Como a população pode se proteger?

Comprar bebidas apenas em estabelecimentos licenciados, conferir a procedência e o rótulo, e, se surgirem sintomas como visão turva, dor abdominal ou convulsões após o consumo, procurar imediatamente um pronto‑socorro.

Quais são as perspectivas para o futuro próximo?

As investigações continuam em andamento, com foco na identificação da cadeia de abastecimento dos produtos adulterados. Espera‑se que a ampliação da vigilância e o treinamento de profissionais de saúde reduzam novos casos nas próximas semanas.

Tags: metanol São Paulo intoxicação CVS Ministério da Justiça
  • setembro 28, 2025
  • marcus williford
  • 9 Comentários
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RESPOSTAS

Danilo Carvalho
  • Danilo Carvalho
  • setembro 30, 2025 AT 04:08

mano isso é pior que o caso do álcool com veneno de rato em 2018... mas agora tá mais foda pq todo mundo tá comprando bebida de boteco de esquina sem rótulo. eu já vi um cara beber um caipirinha de 15 reais e depois ficar tipo 'ah, minha visão tá estranha'... e era metanol, sério. não adianta só punir, tem que educar o povo desde o ensino fundamental.

Camila Ferreira da Costa
  • Camila Ferreira da Costa
  • outubro 1, 2025 AT 17:03

achei estranho como ninguém fala que o metanol é usado em solventes e antigel... se é tão fácil de confundir, por que os fabricantes não colocam um corante? tipo, só colocar um azulzinho e pronto. fácil, barato, salva vida.

Iasmin Santos
  • Iasmin Santos
  • outubro 3, 2025 AT 04:00

o sistema tá podre e a gente só reage quando morre alguém... isso é a lógica do capitalismo... a vida é mercadoria até virar estatística

Ricardo Soares
  • Ricardo Soares
  • outubro 3, 2025 AT 20:09

sei que é triste, mas vamos manter a calma e apoiar quem precisa 💪🏽
Se você mora em SP e viu algo suspeito, liga no 0800, compartilha a info, não fique só assistindo. A gente pode ser parte da solução, não só do drama. Um abraço pra quem tá passando por isso, vocês não estão sozinhos 🤍

Marcos Roberto da Silva
  • Marcos Roberto da Silva
  • outubro 4, 2025 AT 18:36

É importante contextualizar que o metanol, quando metabolizado pela alcohol dehydrogenase, é convertido em formaldeído e, posteriormente, em ácido fórmico, que inibe a cadeia respiratória mitocondrial, levando à acidose metabólica e à neuropatia óptica. A taxa de mortalidade entre 20-40% está alinhada com dados da OMS para intoxicações por metanol em contextos de álcool adulterado. A falta de protocolos padronizados nos pronto-socorros regionais, combinada à baixa capacidade de diagnóstico diferencial, explica a latência na identificação dos casos. A intervenção com etanol intravenoso e hemodiálise é eficaz, mas só se realizada nas primeiras 4-6 horas - o que, na prática, raramente ocorre devido à subnotificação.

@pai.tri.fellipebarros Barros
  • @pai.tri.fellipebarros Barros
  • outubro 5, 2025 AT 02:39

ah, claro... mais uma tragédia brasileira que ninguém resolve. enquanto o governo gasta bilhões com estádio de futebol, gente morre por causa de um copo de cachaça. eu não bebo, mas se eu bebesse, ia pedir para o dono do bar assinar um termo de responsabilidade... ou então, quem sabe, ele fosse preso antes de vender o veneno. isso é crime, não acidente.

marco antonio cutipa
  • marco antonio cutipa
  • outubro 6, 2025 AT 11:51

As evidências epidemiológicas demonstram que a ocorrência de intoxicações por metanol em contextos de consumo de bebidas alcoólicas de origem não regulamentada apresenta correlação estatística significativa (p < 0.01) com a redução da fiscalização pós-pandemia e a desregulamentação parcial da cadeia produtiva de álcool em nível municipal. A ausência de rastreabilidade por blockchain ou código de barras unificado em embalagens de baixo custo constitui uma falha sistêmica de segurança sanitária. Recomenda-se, com urgência, a implementação de um sistema de rastreamento de lotes via QR code obrigatório, conforme modelo adotado pela União Europeia em 2023.

Murilo Zago
  • Murilo Zago
  • outubro 7, 2025 AT 10:32

alguém sabe se já foi feito algum mapeamento de onde essas bebidas estão sendo produzidas? tipo, tem algum bairro ou cidade que tá sendo o epicentro? eu tô pensando em fazer um mapa colaborativo, tipo um Google Maps de onde NÃO comprar bebida. se tiver gente interessada, posso criar um grupo no Telegram.

Eletícia Podolak
  • Eletícia Podolak
  • outubro 8, 2025 AT 17:47

eu comprei uma cerveja num mercadinho no interior e fiquei com medo... agora checo tudo, até o lacre. valeu por alertar, gente. se eu vir algo suspeito, ligo no 0800. não é só por mim, é por todo mundo que pode beber sem saber o que tá tomando ❤️

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